quinta-feira, 8 de novembro de 2007

EXERCÍCIOS PARA A TERCEIRA IDADE

Pequenas Empresas Grandes Negócios - Ultimo programa/ Online - Terceira Idade - 31/10/2007
A empresa do preparador físico Miguel Sarkis é um veículo. Ele atende clientes na casa deles ou em outro local combinado. O empresário é especializado no público da terceira idade, como a professora aposentada Maria Ruth Sampaio, de 73 anos. Ela tem diabetes e precisa fazer atividade física para manter a saúde. Todos os dias, bem cedo, o trabalho começa com aquecimento.
Maria Ruth e o treinador saem de casa e caminham. O cachorrinho vai junto. Ela mostra disposição. "Às vezes, você acorda sem vontade de levantar da cama. Levanta, anda, volta e está perfeito", comenta a aluna.
A professora não pára. Sobe ladeira e desce, sempre monitorada pelo treinador. "Eu tenho que estar sempre olhando. Essa é uma garantia de que o exercício dela está dentro do patamar que precisa estar", diz Miguel Sarkis. A aluna paga R$ 75 por aula. A caminhada dura 45 minutos. Na volta, mais um alongamento. "Eu me sinto outra, nova em folha. O ar matutino e um pouquinho de friozinho são muito bons", comenta Maria Ruth.
O empresário prepara-se para treinar o economista Carlos Gonçalves, de 65 anos.
Para trabalhar com idosos, é preciso estar bem-estruturado. Equipamentos medem a pressão e a freqüência cardíaca. Outra dica é escolher bem o local e tornar o exercício um passeio. Um parque é o cenário ideal. O ambiente, com muito verde e ar puro, torna a corrida agradável.
Carlos Gonçalves é maratonista. Sempre acompanhado do treinador, ele corre. E como corre. Não é fácil acompanhar, porque, neste caso, idade não é documento. "No início das corridas, a turma pergunta: Oi, tio, vai dar para chegar?. Aí, quando eu chego no final, pergunto: Cadê vocês? Não estou vendo ninguém atrás de mim", brinca o economista.
Para montar uma empresa como a de Miguel Sarkis, o investimento é de R$ 20 mil. É preciso comprar um veículo e os equipamentos para monitorar o desempenho e a saúde do idoso. Quando a corrida termina, o treinador coloca os dados no computador para acompanhar a evolução do aluno.
"No caso de uma pessoa de idade avançada, temos que controlar mais os batimentos cardíacos e o tempo de duração dos exercícios. Então, neste caso, nós temos um gráfico comparativo do tempo e da freqüência cardíaca. Isso dá segurança ao trabalho que está sendo realizado", explica Miguel Sarkis.
Uma academia de ginástica também descobriu o potencial de consumo da terceira idade. Segundo a empresária Patrícia Pirozzi, esse mercado cresce 10% ao ano. Hoje, dos dois mil alunos da academia, 35% são idosos. "É um público que dá um retorno muito positivo para a empresa, porque é um público fiel, que já atingiu estabilidade financeira", afirma Patrícia Pirozzi.
No ano passado, a empresária reformou a academia e fez adaptações para receber o público da terceira idade. Entre os benefícios estão pisos antiderrapantes e banheiros adaptados. Uma das novidades é a aula conhecida como Vita Master. Nela, não se usam esteiras ou step: o único instrumento é o corpo. Com pés descalços e música relaxante, a aula promove flexibilidade, agilidade, resistência e equilíbrio. O objetivo é ajudar os idosos a enfrentar melhor as situações do dia-a-dia, com exercícios específicos.
"Para andar na rua, eu tenho mais agilidade. Se tiver um buraco, eu pulo", comenta a aluna Hermínia Mohyla. Delva Abranches faz ginástica três vezes por semana. Com 81 anos, ela mostra que está muito bem. "Me sinto com uns 60 anos. Acho que com 60 eu não fazia o que faço agora", brinca.
A academia também oferece aula de hidroginástica para este público. O investimento para montar uma academia adaptada para idosos é de R$ 200 mil. É preciso reformar salas e comprar equipamentos como colchonetes e pesos. A seleção de bons profissionais faz diferença.
Na aula, o professor Piero Bertolo usa bolas de tênis para as plantas dos pés e ensina exercícios que imitam animais, como o sapo e o gorila. "Entrar na posição de um animal exige mais flexibilidade. E fazer os movimentos e se locomover como eles exige mais força dos braços e do tronco", comenta.
"Andar que nem gorila é bom, muito bom. Da próxima vez que eu vir um gorila, vou prestar atenção no modo como ele anda", brinca a aluna Ingrid Podolski.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aí está colegas um grande filão na área de Educação Física. Criatividade, confiança e determinação são fatores fundamentais para se encaixar no mercado. Não adianta ficar lamentando a falta de oportunidades e nem querer ficar focado só nas "bocas" do emprego público, que está, é bom que se diga, cada vez mais, com condições de trabalho e salários deteriorados.