Prof. Vitor Augusto Longo Braz
Neste artigo volto a insistir, no intuito de colaborar com o desenvolvimento do esporte em Campos, com um relato dessa minha “música de uma nota só”, ou seja, a infra-estrutura que Campos precisa para que o esporte em nosso município deslanche. Logo assim que foi instituído, pelo Conselho Federal de Educação Física, numa Assembléia histórica em Poços de Caldas/MG, o dia 1º de setembro como o dia dedicado ao Profissional de Educação Física, o Conselho Regional de Educação Física da 1ª Região, o primeiro a ser instalado no Brasil e, ao qual, com muito orgulho tive a honra de ser convidado a fazer parte, orientou aos conselheiros que fizessem variadas manifestações em suas cidades de origem, no sentido de divulgar a data comemorativa ao Profissional de Educação Física. Era o primeiro Dia do Profissional de Educação Física a ser comemorado, um dia histórico, dia 1º de setembro de 1999. Naquela oportunidade, na condição de Conselheiro Regional e Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física de Campos, reunimos a diretoria da APEF – Campos e decidimos pelas manifestações, os quais se constituíram em colocação de dezenas de faixas alusivas ao Dia do Profissional de Educação Física, reuniões com o, então, Diretor do CEFET-Campos, Prof. Roberto Moraes, com intuito de viabilizar um curso público de graduação em Educação Física e, com o então, Prefeito de Campos, Dr. Arnaldo Vianna. Um grupo de dedicados profissionais de Educação Física, sempre atentos as questões da classe, formado pelos professores Guilherme Cortes, Valéria Cortes, Carlos Augusto Boynard, Raul Arenari, Osvaldo Cardoso, André Dias e este blogueiro, partimos para execução das ações decididas previamente nas reuniões antecedentes. Colocamos as faixas nas ruas e agendamos as reuniões. A primeira foi com o Prof. Roberto Moraes e logo após, na sede da Prefeitura de Campos, com o Dr. Arnaldo Vianna. Relato estes fatos, como forma de preâmbulo, para abordar neste texto o que realmente interessa. Na reunião, com o então prefeito, Dr. Arnaldo Vianna, colocamos-lhe a par da regulamentação da profissão de Profissional de Educação Física e da obrigatoriedade, por força de uma Lei Federal, a lei 9696/98, do registro no CREF 1, para os profissionais de Educação Física da prefeitura de Campos, uma vez que, por se tratar, a regulamentação da profissão, de um fato novo, muitos profissionais estavam rejeitando se registrar no CREF e a prefeitura estava naquele momento instalando as academias populares. A reunião, um pouco mais estendida, tratou, então, de um interesse prioritário, no entendimento dos profissionais presentes, representando a classe dos profissionais de Educação Física de Campos, que era a construção de uma VILA OLÍMPICA, nos padrões internacionais, para que pudesse alavancar o esporte em Campos. Naquela época já se cogitava na realização de um “Jogos Pan Americano” no Rio de Janeiro. Argumentamos que, além de abrir novas frentes de trabalho para os Profissionais de Educação Física de Campos, tal medida poderia ser capaz de abrigar até algumas modalidades desportivas de um possível Jogos Pan Americano que se pretendia realizar no Rio de Janeiro. O Dr. Arnaldo Vianna, desconversou o assunto, dando –me, em particular, a impressão de que o projeto não tinha seu interesse em se concretizar, como não se concretizou, ou seja a idéia, dada por nós, foi em vão, pois até hoje não temos a tão importante, quanto sonhada, Vila Olímpica em nossa cidade. Uma pena! Naquela época a antiga Associação Atlética Banco do Brasil agonizava em dívidas e estava à beira de sua extinção, que se concretizou com a compra pela Prefeitura de Campos do espaço físico, por, se não me falha a memória, quase R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais). A promessa da municipalidade era transformar aquele Clube em um Centro Poliesportivo do município.
No meu intimo, sabia que aquela ação, sem entrar no mérito de valores, não era a mais correta. A AABB não tinha as dimensões físicas, oficiais e necessárias, para abrigar competições oficiais de atletismo e grandes eventos desportivos, pois um local para atender essas necessidades tem que ter alojamentos, Parques Aquáticos variados, para saltos ornamentais, pólo aquático, competições de natação, refeitórios, etc. Basta-nos imaginarmos a Vila Olímpica que foi construída no Rio de Janeiro, sem querer que fosse de tamanhas proporções, embora grana a prefeitura tivesse e têm. Bom, essa história que relato, aconteceu no ano de 1999. Acabaram com a AABB e, por conseguinte, deixaram muitos sócios, uma grande parcela aposentada do Banco do Brasil, sem uma Instituição que lhes proporcionasse lazer e entretenimento. É de bom reforço, que se diga que muitos aposentados eram freqüentadores costumas das manhãs de todos os dias, para ler o seu jornal, jogar uma partida de carteado e “jogar conversa fora”, como se diz no popular. Prometeram reforma no prédio em 1999, estamos no final de 2007. Passaram, desde essa época, quatro gestores do esporte em Campos. E nossa cidade até hoje não possui sequer uma pista de atletismo. O Parque Aquático da extinta AABB, hoje sede da Fundação Municipal de Esportes está, se não deram jeito ainda, em estado deplorável, um verdadeiro criadouro de mosquitos. Não é de hoje, como vocês puderam notar lendo este texto, que nós, quando éramos os representantes legais e legítimos dos profissionais de Educação Física de Campos, estamos cobrando das autoridades municipais infra-estruturas necessárias para que o desporto campista se alavanque e dê oportunidade para todos os cidadãos, dos mais diversas localidades de Campos. Esporte é educação, é cidadania, é integração, é inclusão, é política, é formador de caráter, e muito mais. E, para não fugir a regra, as autoridades de nosso município, como a maioria dos políticos não deseja um povo com a verdadeira concepção de cidadão, que reconhece seus direitos e exige-los. Formar cidadãos pode ser “um tiro da pela culatra”, como diz o dito popular, para certos políticos.
4 comentários:
Concordo plenamente. Por isso nossa educação tirou zero na avaliação feita por órgãos competentes. Quanto menos educação, mais corrupção. Infelizmente.
Vitor,
Segundo comentários que ouvi é que a FME já gastou de maio até novembro, com convênios furados, coquetéis, troféus de maderite, um barco e outras coisitas mais, caras é bom frisar, mais de R$ 1.200.000,00. Não sei se é verdade, pois não tive acesso a contabilidade da FME.
Mas, vou te dizer uma coisa: Você tá certíssimo. Eles não tem interesse em educar através do esporte.
Queria parabenizá-lo pela sua coragem e despreendimento em usar esse espaço para sugerir e denunciar o descaso com a nossa profissão.
Um abraço. Prof. Nei Chagas
Pesquisa recentemente divulgada nos meios de comunicação nacional dão conta de que quanto menos estudado, o indivíduo aceita a corrupção. E o inverso é igual, ou seja, quanto mais estudado, menos a corrupção é aceita.
Precisa dizer mais alguma coisa, em relação ao esporte e a educação em nossa cidade.
Basta ver os relatórios do TCE.
Já pensaram, caros colegas leitores deste excelente blog, se na área do shopping estrada fosse construído uma espécie de "Engenhão", bancado pela Petrobrás ou Águas do Paraíba. Aí o esporte em Campos seria manchete constante nos maiores meios de comunicação do Brasil. Que falta de visão.
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