domingo, 2 de março de 2008

O CULTO AO CORPO NA SOCIEDADE MIDIATIZADA
Nos últimos dias tenho mergulhado na leitura de um livro bastante interessante. Tenho me deliciado com as informações dos estudos de dez antropólogos, que revelam a cultura do corpo carioca, organizados pela Dr.ª Mirian Goldenberg.
O livro mostra que o corpo ocidental está em plena metamorfose. Não se trata de aceitá-lo tal como ele é. O indivíduo contemporâneo busca em seu corpo uma verdade em si mesmo que a sociedade não consegue mais lhe proporcionar.
Na falta de realizar-se em sua própria existência, este indivíduo procura hoje realizar-se através de seu corpo. Ao mudá-lo, ele busca transformar a sua relação com o mundo, multiplicando os seus personagens sociais.
Logo no início do livro, no 1º capítulo, um estudo realizado pelo Dr. Marcelo Silva Ramos e Dr.ª Mirian Goldenberg, mostra "A Civilização das Formas: O Corpo como Valor". Neste capítulo os autores citam o romance "Um, Nenhum e Cem Mil", do dramartugo italiano Luigi Pirandello, conhecido por seus personagens que lutam por uma existência livre de qualquer convenção, suscita questões caras à antropologia e à sociologia, dando destaque aos processos por meio dos quais os indivíduos, inseridos em situações interativas, desempenham seus papéis sociais e procuram agenciar as impressões que uns transmitem aos outros.
Uma perpectiva que, sem negligenciar os condicionamentos sociais, ajuda a refletir sore o atual culto ao corpo na cultura brasileira, uma vez que os significadosatribuídos pelos indivíduos à aparência e à forma física, no processo de revelação de suas identidades, parecem inflacionados, especialmente entre as camadas mais sofisticadas dos centros urbanos.
Para não alongar o texto, finalizo com uma máxima "pirandelliana", descrito no texto do estudo que, nunca como hoje, parece tão em voga: "Assim é, se lhe parece".
Fica a dica para os que se interessam pela temática do corpo na sociedade contemporânea.
Postado por Vitor Augusto Longo Braz

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