domingo, 2 de março de 2008

MATÉRIA DO JORNAL O DIÁRIO (on-line) NESTE DOMINGO
02/03/08
Calendário de abandono em Campos
O aspecto da cidade é muito feio, com buracos para todos os lados e prédios históricos, como o da antiga Câmara Municipal, na Praça São Salvador, praticamente abandonados pelo poder público
Da Redação
Cansado de tanta incompetência da prefeitura de Campos para resolver os problemas mais elementares que afetam o dia-a-dia dos cidadãos, um grupo de professores, jornalistas, advogados e outros profissionais liberais estão se manifestando com protestos no movimento denominado Dia do Abandono II.
Os manifestantes, através de seus blogs, voltaram a exibir as inúmeras mazelas do quadro de descaso das autoridades com as ruas da cidade. Mais uma vez, destaques para os inúmeros buracos que desafiam os motoristas e fechos de molas dos veículos. Sem fiscalização - O acúmulo de lixo à margem das vias públicas e os abrigos de passageiros em péssimo estado em diferentes pontos da cidade também receberam atenção dos blogueiros. A completa ausência de fiscalização e a tolerância de irregularidades como estacionamentos irregulares, a invasão de calçadas e outros espaços públicos por comerciantes, ambulantes e veículos igualmente foi alvo dos manifestantes.
A qualidade das obras de asfaltamento em algumas vias esburacadas também tem sido outro ponto incluído no rol de problemas que a prefeitura não consegue solucionar, mesmo com um projeto chamado de Cara Nova, especialmente criado para dotar a cidade de serviços essenciais que até hoje as autoridades foram incapazes de implementar na atual administração.
São muitos prédios históricos em estado de abandono
Os prédios públicos e de importância histórica até hoje abandonados ou em ruínas, como o antigo Paço Municipal e o Mercado são apontados como exemplos emblemáticos para caracterizar o segundo Dia do Abandono. Outros alvos foram os bueiros entupidos e sem tampa, além do estado fétido do Canal Campos-Macaé, em pleno centro da cidade. Entre outros, os manifestantes são os jornalistas Vitor Meneses, Ricardo André Vasconcelos, Márcio Fernandes, Fátima Nascimento, Jorge Rocha, Wesley Machado, Welington Cordeiro, Carlos Cunha e Álvaro Marcos, além dos professores Roberto Moraes, Luiz Felipe Muniz de Souza e Vitor Longo Braz.
Abandono material, da ética e da falta de transparência
Para o jornalista Ricardo André Vasconcelos, que mantém o blog “Eu penso que...” o movimento visa não apenas o abandono material, mas da ética e da falta de transparência. “O que desejamos, enquanto cidadãos é também saber as causas do abandono”. O jornalista destaca ainda que “ter acesso aos recursos, como eles são gastos e porque não são investidos em determinadas áreas essenciais para a melhoria do dia-a-dia do cidadão. O abandono material é conseqüência do abandono da ética na administração pública”, avaliou.
Movimento lembra Fórum Permanente Contra Corrupção
Carlos Cunha, também jornalista e presidente do DEM, vê o Dia do Abandono como saudável e lembra que outro movimento, o Fórum Permanente de Entidades da Sociedade Civil, obteve conquistas que levaram o Ministério Público a questionar os gastos nas obras emergenciais da prefeitura. “Esses movimentos são salutares, porque mostrar que a sociedade se mantém em estado de alerta. As manifestações de cidadãos e cidadãs ao movimento têm sido bastante significativa, o que serve para demonstrar que os campistas estão atentos com o que fazem com a sua cidade. Esse nível de adesão, esse estado de indignação nos leva a acreditar em algo que aponte para um fim nesta situação em que se encontra a nossa cidade”, disse.
Na rua sem estrutura e alagada e no prédio abandonado estão o reflexo do governo Mocaiber.

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