sábado, 29 de março de 2008

DIA DA FAXINA
Prof. Vitor Augusto Longo Braz
Como previamente deliberado pela Rede Blog, hoje é o DIA DA FAXINA. E, dessa forma, não podia, como não deveria, ficar alheio, diante de tanta limpeza que precisa ser feita, nas mais diversas áreas e setores da administração pública municipal.

Para fazer a minha "faxina" escolhi como objeto da minha "ideologia de limpeza", o esporte, numa forma de fidelizar um pouco mais a temática do nosso Blog, o esporte e a cidadania em nosso município.

Responda para você mesmo leitor: qual foi o último final de semana em que você foi ao estádio de futebol em Campos para ver um grande jogo, ou uma grande estrela de um time, dito grande pela imprensa. Quando foi a última vez que você foi ao ginásio público municipal ver uma disputa de futsal, de voleibol, de basquetebol ou de outra modalidade esportiva qualquer. Desculpe-me, caro leitor, pela idiotice da pergunta. Como você poderia ter assistido essas disputas, se nossa querida cidade não dispõe de um ginásio público. A resposta, dessa forma, é óbvia: você nunca assistiu uma disputa qualquer num ginásio municipal, pois sequer temos um.
Quando foi que tivemos o privilégio de ter uma equipe de atletismo com atletas corredores, saltadores, arremessadores, triatletas, etc. Desculpe-me, mais uma vez a imbecilidade da pergunta. Com certeza, você nunca tenha visto, pelo simples fato de que Campos, uma cidade de 500 mil habitantes e um orçamento privilegiado de aproximadamente R$ 1 bilhão e meio de reais, não possuir sequer uma simples pista de atletismo.
Quando foi que soubemos que algum corredor de rua de Campos, deu uma entrevista dizendo que a FME o patrocinou para participar de uma corrida rústica aqui, em alguma cidade perto, como Quissamã, Macaé, São Fidélis, Carapebus, Itaperuna, e outras cidades vizinhas e próximas. Talvez nunca, pois o atual gestor do esporte em Campos não tem essa sensibilidade. Mas vamos relevar esse fato um pouco, só um pouquinho só, pois afinal de contas, ele não é do ramo e, como se não bastasse, é pessimamente acessorado.
Tivesse eu o poder de dar uma faxinada, de verdade, por amor a minha profissão, que me proporcionou e proporciona condições de viver uma vida digna e educar meus quatro filhos, escolheria por começar pela FME. Ia limpar, principalmente, o ranço da incompetencia e descomprometimento com o desenvolvimento do esporte em Campos.
Mas, da minha maneira, vou metendo a minha vassoura como posso. A verdade é que nunca me omito na faxina. Mas só faxinar é, para mim, pouco. Após a faxina, sou da opinião de que se deveria haver um mutirão, numa parceria do público com o privado, para que Campos pudesse ser dotado de uma infra-estrutura capaz de atender a todos os cidadãos, das diversas localidades do município e proporcionar o desenvolvimento desta área que envolve educação, saúde e qualidade de vida da população.
Penso na construção de pequenos ou médios centros poliesportivos, acoplados de uma Escola de Ensino Fundamental, um Posto de Saúde com atendimento 24 horas por dia e um Centro de Assistência Social, para poupar o tempo dos cidadãos que moram longe do centro da cidade. E as localidades que receberiam essa estrutura desportiva seriam a Baixada Campista, a Região Norte do município (Vila Nova, Travessão, Morro do Coco, Guandu, Ribeiro do Amaro, Santa Ana, Espírito Santinho, Santo Eduardo, etc.), a Região Sul (Tapera, Lagoa de Cima, Ururaí, Serrinha, etc.), e na extensa e povoada Guarús.
Imagine, caro leitor, se a nossa cidade tivesse essa pequena infra-estrutura. Atletas talentosos de várias modalidades desportivas seriam descobertos e, num espaço de pequeno ou médio prazo, Campos seria um celeiro de atletas renomados a nível nacional, nas mais variadas modalidades desportivas.
E, para que a faxina seja completa, meu pensamento ideológico vai até a construção de uma Vila Olimpica, nos padrões internacionais exigidos pelo Comitê Olimpico Internacional, para que possamos nos candidatar a ser sede de algumas modalidades das Olimpíadas que se anuncia para acontecer no Estado do Rio de Janeiro.
Convenhamos, dinheiro não nos falta, espaço físico também não. Parceiros em potencial nós temos, como a Petrobrás, Águas do Paraíba, MMX, OI, VIVO, CLARO, entre tantas outras. O que nos falta, de verdade, é vontade política e competência. Mas, se não tivermos pessoas competentes para esse ideal, que humildemente importemos algum acessor de um medalhão do esporte nacional, como Carlos Arthur Nuzman ou outro indicado por ele para tal tarefa.
O que não podemos é mais perder tempo. Cada tempo perdido é uma geração que passa sem ter oportunidade de vivenciar o esporte e os tantos benefícios que os hipócritas oficiais costumam divulgar nas mídias oficiais, de forma não verdadeira.
Mas, só para reforçar a minha tese higiênica, dita anteriormente, a faxina só será completa se após a limpeza, vir o desinfetante, a criolina, os bactericidas e outros "produtos" de higienação.
Esse texto, que será lido por uma minoria da população de Campos, numa média de 100 pessoas únicas diariamente é, por enquanto, ou pelo menos neste momento, a forma que tenho para faxinar.
Assim, vou varrendo, varrendo, varrendo até não sei quando. Talvez a vida toda. Tomara que não.

5 comentários:

xacal disse...

Na mosca Vítor...
Na verdade, o que a gente percebe, é uma "privatização" da atividade esportiva, pela falta de espaços públicos, mesmo que precários, que antes eram fartos, e desta feita geravam craques do futebol, sem a nefasta (e cara) intervenção das escolinhas e academias...
Como o futebol deixou de ser um jogo, um instrumento de prazer, para se render apenas ao mercado, diminuíram a possibilidade e espontaneidade que dava graça ao esporte...hoje, jogador (me corrija, se estiver errado) é 75% força física e 25% talento...(meio de campo com três cabeças-de-área (ou bagre)é um reflexo disso...
Nos outros esportes, como vôlei, basquete, atletismo, natação, etc, já havia uma clara "elitização" pela impossibilidade de praticá-los fora dos clubes...
O último bastião democrático dessas modalidades, o professor de educação física das escolas públicas, foi para o ralo, junto com todos os outros professores...
Desmotivados, mal pagos, professores de atividade têm um gasto, às vezes, maior, pois dependem de atualização intelectual (como seus pares de outras disciplinas)mas também de atualização corpórea, que custa caro...(tênis, roupas e espaço para prática esportiva)...
Enfim, Campos dos G. com tantos recursos poderia....ahhhh, deixa para lá, quando Roberto de Moralles virar prefeitro a gente sugere...

Anônimo disse...

Falou o Raul, o Chacal de SanJuan. Te acompanho, meu caro.

Anônimo disse...

São por estas idéias que você é um profissional brilhante sempre preocupado com inclusão social,mas que infelizmente não é lembrado para dar sua contribuição,pois assusta certos políticos,tamanha a sua sinceridade e competência.Para emprestar o nome para a cidade,é preciso subordinação e muitas vezes,na maioria das vezes, desconhecimento da pasta.Acredito no seu desprendimento em servir,e tenho orgulho de estarmos lado a lado na mesma trincheira.

Blog Vitor Longo disse...

Valeu Rafinha,

Você é um dos nossos. Gente comprometida com o certo. Um dia ainda iremos triunfar perante a esse descalábrio da PMCG.

Blog Vitor Longo disse...

Tenho que dar um Valeu, também para o parceiro Chacal. Valeu Chacal pela força.