UMA SENHORA AVENTURA
02/03 - Redação do US
RIO DE JANEIRO - “Dos remos faço asas”. Esse é o lema de Orli Rodrigues, de 41 anos, que, a partir do dia 15 de março, irá encarar 12 dias seguidos remando sozinho pelo litoral fluminense. Essa não será a primeira aventura do morador de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, com o barco de madeira Belo Horizonte, de 5,5 metros e sem cobertura. Mas, sem dúvida, será a mais desafiadora.
A expedição terá início no Piscinão da Praia das Pedrinhas, em São Gonçalo, e o destino será Paraty, na fronteira com o Estado de São Paulo. A estimativa de Orli é levar seis dias na ida e seis na volta, em um total de 300 mil remadas. “Eu durmo no barco e levo comida. Onde dá para aportar, eu aporto. Onde não dá, vou nadando, faço a reposição do suprimento e volto”, conta.
Um dos objetivos da aventura, segundo ele, é divulgar o projeto “Orlas da Guanabara”, que busca preservar a vida e a história na Baía da Guanabara. A iniciativa é da Organização Não-Governamental (ONG) Associação Amor e Vida, que trabalha com projetos de assistência social. “O objetivo é preservar a história da orla da Guanabara. Queremos fazer um documentário e elaborar uma cartilha de educação ambiental para a população que vive nas margens. Seria um instrumento de utilidade pública”, afirma Orli.
O visual pode valer a penaA paixão pelo remo começou há cerca de um ano. “Eu tinha uma empresa e a perdi, mas ganhei esse barco a remo, que era a única coisa que eu tinha. Comecei a usá-lo para o que eu chamava de ‘expedições terapêuticas’. Depois, comecei a fotografar. Eu fazia expedições de 10 ou 12 horas por dia, às vezes até de 40 horas, contornando a orla da Guanabara. Então, comecei a perceber que havia muita coisa a ser preservada e resgatada”, diz.
A primeira expedição no mar foi em dezembro, quando ele remou de São Gonçalo até a Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio. “Foi perto do Ano Novo. Fui até a árvore de Natal da Lagoa e meus filhos me encontraram lá de carro. Eles passearam comigo no barco. Foi o presente que dei a eles”, lembrou, referindo-se aos filhos Sara, de 9 anos, e Davi, 10 anos.
A segunda aventura em alto-mar foi no carnaval, quando Orli remou no sentido contrário e foi até Cabo Frio, na Região dos Lagos. Foram 200 mil remadas durante um total de oito dias, dos quais quatro foram de chuva. “Dormi no barco, mesmo sob chuva. Uma noite reclamei do vento, ele parou. Então, vieram os mosquitos. Chamei o vento de volta”, brinca.
Entre os relatos intrigantes, está o da chegada a Arraial do Cabo, também na Região dos Lagos. “Próximo a Arraial do Cabo, vi um tubarão, de uns 4 metros. As pernas tremeram muito”, conta. Segundo ele, as histórias são tão incríveis que “nem os pescadores acreditavam”.
Mas nem tudo são problemas nas aventuras de Orli. Ele destaca os amigos que faz pelo caminho. Entre eles, estão o “Celinho”, que, sem conhecê-lo, o ajudou a carregar o barco por dentro de um matagal com seu bugre e não cobrou. “Ele disse: ‘eu estou preocupado é com você, não é nada’”, lembra.
Trajeto do Remador: de Parati a São Gonçalo
Um comentário:
Caro amigo, fiquei feliz de encontrar essa matéria aqui.
Parabéns! Seu blog está muito legal.
Quando possível visite http://www.orlasdaguanabara.com/
e conheça um pouco mais do nosso trabalho.
Forte abraço, Orli Rodrigues
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