quarta-feira, 7 de novembro de 2007

CURA DO DIABETES:

MATÉRIA VEICULADA NA REVISTA VEJA GERA POLÊMICA, LEIA NOTA OFICIAL DA SBD.
A Revista Veja, no seu último número (edição 2032), publicou uma matéria de capa com o título "Cura do Diabetes – a esperança está numa cirurgia". A matéria tem causado expectativa positiva nos pacientes com diabetes, devido ao caráter sensacionalista da reportagem.
O conhecimento relacionado ao diabetes está em rápida evolução, o que exige que os profissionais envolvidos na atenção a esta doença mantenham-se atualizados. A compreensão da fisiopatologia é essencial, mas a conduta médica precisa ser determinada pelo seguimento das regras de evidência.
Precisamos de informações que venham de estudos sistemáticos, reprodutíveis e sem conflitos de interesse. A eficácia de qualquer terapia tem que, necessariamente, passar por estes processos. Como entidade científica, a Sociedade Brasileira de Diabetes apóia estudos clínicos bem conduzidos, que possam resultar ou não na melhoria da qualidade de vida dos pacientes acometidos. Mas, somente após os resultados destes estudos e, principalmente, a comprovação da sua reprodutibilidade, é que poderemos indicar novos procedimentos.
A conduta médica deve se basear em ciência e não na experiência de alguns médicos, mesmo que repletos de boa intenção. Este novo procedimento cirúrgico deve seguir todos os trâmites de evidência científica, entre eles: a assinatura dos pacientes em termo de consentimento livre e esclarecido e a aprovação por Comitês de Ética e
Pesquisa e concordância por parte das autoridades regulatórias. E, somente após análise criteriosa dos resultados, é que será possível conheceremos qual subgrupo de pacientes poderá se beneficiar.
Esperamos que a divulgação precoce, a um público leigo, de um procedimento ainda em fase experimental não estimule cirurgias desnecessárias e mal indicadas sob a expectativa de um milagre. Frente a qualquer procedimento cirúrgico sempre é preciso ponderar o risco-benefício, para tanto é necessário que conheçamos bem qual é essa relação.
Dr. Marcos Antonio Tambascia Presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes

2 comentários:

Anônimo disse...

Professor,
Esta matéria me deu um grande alento, pois sou portador de diabetes melittus, tipo 2. Não só eu, mas só em Campos o indíce de diabéticos chega a quase 30% da população, segundo fontes da Secretaria de Saúde do município.
Bela Matéria. Continue garimpando assuntos diversificados, principalmente ao que diz respeito a ciência.
Obrigado

Roberto Viola disse...

É mesmo complicado o tema. A industria do diabétes ganha milhões anualmente e curá-la significa perder muito dinheiro. Por um lado quanto mais diabéticos melhor. Quando lançaram a insulina Lantus, muito boa, segundo muitos médicos, alguns foram a Florianópolis, outros a Recife e alguns até á Cancun. Já pensaram se de uma hora para outra descobrem uma coisa milagrosa e barata? Quanto dinheiro perdido não é? Deixa assim. É melhor para todos. (médicos, donos de farmácias e produtores de produtos diet).

Um diabético inconformado com a incompetência para curar e com a competência de outros para ganhar dinheiro na doença de muitos.

Roberto Viola