quarta-feira, 27 de agosto de 2008

DESENVOLVIMENTO DO ESPORTE NA CIDADE DE CAMPOS COM OPORTUNIDADES PARA TODOS: COMO COMEÇAR?
* Vitor Augusto Longo Braz Ao término dos Jogos Olímpicos necessário se faz algumas reflexões a cerca do baixo rendimento da delegação brasileira. Podemos começar essa reflexão pela nossa Campos dos Goytacazes. Ao fazermos uma abordagem em relação ao tema em questão, nossa principal finalidade é tentar contribuir de alguma forma para o desenvolvimento do esporte campista num todo. Dessa forma, toda a ideologia apresentada neste texto configura-se em pensamento próprio. Pensamos no esporte como uma vertente da educação, ou melhor, consideramos o esporte como uma das mais poderosas ferramentas da educação, que leva a reboque de sua prática a qualidade de vida, a saúde, a cidadania e a promoção social, onde as oportunidades oferecidas através da Educação Física são capazes de transformar cidadãos, aumentando a auto-estima, a capacidade e os horizontes através do esporte e atividade física e de lazer. Na verdade o esporte brasileiro ainda é feito de ilhas de excelência, na grande maioria dos casos. Não existe uma massificação do esporte, no sentido de estar próximo das pessoas, estar nas escolas, fazer parte do cotidiano das pessoas. Acreditamos que o esporte tem que deixar de ser restrito a um espetáculo de televisão e passar a fazer parte do dia- a- dia das pessoas. Isso é essencial para a inclusão social, a auto-estima e outros fatores de formação dos jovens. Mas para tentarmos desenvolver este tema, de forma pragmática, é necessário que apontemos algumas políticas públicas que visem o desenvolvimento do esporte como um todo. Para isso, necessário se faz, que levemos em conta a dimensão territorial e habitacional de nossa cidade. Somos uma cidade de quinhentos mil habitantes em média, e de uma extensão territorial imensa. Temos que pensar em proporcionar oportunidades para todos os cidadãos campistas. Desde os que moram em áreas centrais, até aqueles que moram na periferia e distritos distantes como a: Baixada Campista (Donana, Baixa Grande, Farol de São Tomé, Tocos, etc.), na Região Norte (Morro do Coco, Cons. Josino, Vila Nova, Travessão, etc.) e na Região Sul (Tapera, Ururaí, etc.). Imaginem a quantidade de jovens em idade de iniciação desportiva, oriundos dessas localidades, muitos com talentos natos, que, no entanto, se encontram sem oportunidades e, dessa forma, excluídos de desenvolverem-se através do esporte e da atividade física. Não é raro vermos um, ou outro, atleta dessas localidades periféricas despontarem no cenário esportivo nacional, após passar de forma anônima pelo esporte em nossa cidade. Nossa cidade conta com um potencial financeiro (25ª cidade em arrecadação entre as 5.565 cidades do Brasil), potencial técnico (duas Universidades com curso de Educação Física), porém não conta com uma infra-estrutura básica para permitir o desenvolvimento do esporte com um todo. Não temos sequer um ginásio público decente para atender as necessidades das poucas equipes de ponta de Campos. Não temos uma pista de atletismo. Isto chega ser vergonhoso. Mas olha só que paradoxo: A Prefeitura de Campos já teve um time milionário (atletas com grandes salários) de basquete masculino e um de vôlei feminino. Essas equipes treinavam em ginásios alugados, faziam a preparação física e técnica em ginásios alugados e jogavam em ginásios alugados. Ou seja, esses times milionários, ficaram, cada vez mais caros. Mudou o governo e acabaram com as equipes. E o que é de se questionar: pagamos caro por essas equipes durante alguns anos e o que eles deixaram de legado para a população campista, em especial os praticantes de esportes? Essa é a pergunta que fica: O que essas equipes deixaram para Campos, ou melhor, perguntando, qual foi o desenvolvimento que o esporte campista teve com essas equipes? Acabaram-se as equipes, acabaram-se essas modalidades em Campos. Isso não é desenvolvimento, concordam? Mas gastaram-se muito. No nosso entender Campos precisava estar dotada de infra-estrutura capaz de atender a todos os cidadãos campistas, desde aqueles da área central até àqueles moradores das áreas periféricas mais distantes. Falo em construção de complexos desportivos na baixada, em Guarús, na Região Norte, na Região Sul, além de uma Vila Olímpica nos moldes e padrões internacionais, que seja capaz de abrigar competições internacionais. Mas não, o esporte em Campos é varejista, mesmo com um orçamento em torno dos 8 milhões de reais/ano. Uma pena!

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