terça-feira, 12 de agosto de 2008

COI ESTIMA QUE OLIMPÍADAS TERÃO MAIS DE 40 CASOS DE DOPING
De Rose alerta que substâncias ilegais criaram uma epidemia no esporte. Nos últimos quatro anos, aumento de testes positivos foi de 20%
Mariana Kneipp Rio de Janeiro Presidente da Odepa, De Rose acredita que doping é uma doença em epidemia O Comitê Olímpico Internacional (COI) informa: há uma epidemia no mundo do esporte. A doença já é conhecida há algum tempo, mas parece que nem mesmo os esforços para um maior controle estão fazendo efeito. A contaminação acontece através de um efeito psicológico, mas as conseqüências físicas e morais são graves, podendo levar à extinção tanto profissional, quanto pessoal. O nome desta doença é doping. E a expectativa para as Olimpíadas de Pequim não é das melhores. O presidente do COI, Jacques Rogge, prevê a detecção de mais de 40 casos positivos nos Jogos (em Atenas-2004, foram 26). Serão realizados 4.500 testes, 25% a mais do que em Atenas e 90% a mais do que em Sydney-2000. - Com certeza, podemos esperar mais casos positivos porque estamos fazendo mais testes. Então, é natural que haja um aumento nas estatísticas – declara Rogge, no site oficial da entidade. De acordo com estatísticas da Agência Mundial Antidoping (Wada), o número de casos positivos cresce, em média, 20% ao ano. De 2004 até 2007, as 2.145 análises comprovadamente positivas saltaram para 3.375. No entanto, é preciso creditar o avanço a um maior controle por parte da Agência, que aumentou o número de testes antidoping de 128.591 para 174.483 no mesmo período. A favorita nos 100m livre, a nadadora americana Jessica Hardy desistiu de participar das Olimpíadas de Pequim após ser pega no exame antidoping. Para o presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Sul-Americana (Odepa) e diretor-médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Eduardo De Rose, a evolução do controle do doping é fundamental para inibir o aumento no número de casos, porém, é preciso haver um esforço maior para que não haja mais incidências. Segundo De Rose, é necessário haver um acompanhamento psicológico de cada federação com seu atleta. Para o presidente da ODEPA, a causa principal para que um atleta aceite o doping é o benefício econômico. Um estudo realizado após as Olimpíadas de Sydney avaliou o retorno monetário (seja em patrocínios ou ações promocionais) de uma medalha de ouro em US$ 10 milhões, o equivalente a R$ 15,5 milhões. O outro motivo mais comum apontado pelas pessoas que tiveram resultado positivo é a necessidade de superação da idade. Atletas que estão mais velhos usam substâncias proibidas para ter o mesmo rendimento que tinham quando eram mais jovens e, assim, equilibrar suas chances de conquistar uma medalha.

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