COI ESTIMA QUE OLIMPÍADAS TERÃO MAIS DE 40 CASOS DE DOPING
Mariana Kneipp Rio de Janeiro
Presidente da Odepa, De Rose acredita que doping é uma doença em epidemia
O Comitê Olímpico Internacional (COI) informa: há uma epidemia no mundo do esporte. A doença já é conhecida há algum tempo, mas parece que nem mesmo os esforços para um maior controle estão fazendo efeito. A contaminação acontece através de um efeito psicológico, mas as conseqüências físicas e morais são graves, podendo levar à extinção tanto profissional, quanto pessoal. O nome desta doença é doping. E a expectativa para as Olimpíadas de Pequim não é das melhores.
O presidente do COI, Jacques Rogge, prevê a detecção de mais de 40 casos positivos nos Jogos (em Atenas-2004, foram 26). Serão realizados 4.500 testes, 25% a mais do que em Atenas e 90% a mais do que em Sydney-2000. - Com certeza, podemos esperar mais casos positivos porque estamos fazendo mais testes. Então, é natural que haja um aumento nas estatísticas – declara Rogge, no site oficial da entidade. De acordo com estatísticas da Agência Mundial Antidoping (Wada), o número de casos positivos cresce, em média, 20% ao ano. De 2004 até 2007, as 2.145 análises comprovadamente positivas saltaram para 3.375. No entanto, é preciso creditar o avanço a um maior controle por parte da Agência, que aumentou o número de testes antidoping de 128.591 para 174.483 no mesmo período.
A favorita nos 100m livre, a nadadora americana Jessica Hardy desistiu de participar das Olimpíadas de Pequim após ser pega no exame antidoping. Para o presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Sul-Americana (Odepa) e diretor-médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Eduardo De Rose, a evolução do controle do doping é fundamental para inibir o aumento no número de casos, porém, é preciso haver um esforço maior para que não haja mais incidências.
Segundo De Rose, é necessário haver um acompanhamento psicológico de cada federação com seu atleta. Para o presidente da ODEPA, a causa principal para que um atleta aceite o doping é o benefício econômico. Um estudo realizado após as Olimpíadas de Sydney avaliou o retorno monetário (seja em patrocínios ou ações promocionais) de uma medalha de ouro em US$ 10 milhões, o equivalente a R$ 15,5 milhões. O outro motivo mais comum apontado pelas pessoas que tiveram resultado positivo é a necessidade de superação da idade. Atletas que estão mais velhos usam substâncias proibidas para ter o mesmo rendimento que tinham quando eram mais jovens e, assim, equilibrar suas chances de conquistar uma medalha.
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