sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE ESCREVEU:

'Satânico é meu pensamento a teu respeito, e ardente é meu desejo de apertar-te em minha mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem. A noite era quente e calma e eu estava em minha cama, quando, sorrateiramente te aproximaste. Encostaste o teu corpo sem roupa em meu corpo nú, sem o mínimo pudor. Percebendo minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos. Até nos mais íntimos lugares ! Eu adormeci. Hoje quando acordei, procurei-te numa ânsia ardente, mas em vão. Deixaste em meu corpo e no lençol, provas irrefutáveis do que entre nós ocorreu durante a noite. Esta noite recolho-me mais cedo, para na mesma cama esperar-te. Quando chegares quero agarrar-te com avidez e força. Quero te apertar com todas as forças de minhas mãos. Só descansarei quando vir sair o sangue quente do seu corpo. Só assim, livrar-me-ei de tí, Pernilongo Filho da Puta !!!!!!!!'

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