Prof. Vitor Augusto Longo Braz
23/10/2007
A nossa querida Campos dos Goytacazes é uma cidade aonde alguns de seus representantes políticos se estigmatizaram, de uma forma ou de outra, em sua passagem pelo poder. Segundo o dicionário da Língua Portuguesa, de autoria de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, estigma é sinônimo de cicatriz, sinal e, estigmatizar é marcar com estigma, censurar, condenar.
Pois bem, vamos a um breve passeio pela história política de Campos, começando por um passado, um tanto, quanto recente. Porém, é de bom alvitre que se diga que esses estigmas que serão colocados na conta dos políticos citados não é uma opinião pessoal deste blogueiro, mas uma constatação observada nas rodas de conversas políticas de um grande número de pessoas habitantes da cidade, principalmente os que acompanham a política local e nacional de forma mais atenta, ou seja, é o senso comum que dita os estigmas dos políticos que serão citados a seguir.
O ex-vice-prefeito de Campos, Lourival Martins Beda, teve o estigma de ser “O Médico dos Homens e das Almas”, pela sua benemerência no trato com a medicina e com os menos favorecidos sócio-economicamente.
O falecido deputado federal Alair Ferreira, tem o estigma de ser “O Realizador”, pelas importantes obras que trouxe para a sua cidade, podendo citar: a construção do dique do Rio Paraíba do Sul, a construção de uma ponte, e outras tantas obras.
O político Sebastião Campista, várias vezes candidato a cargos eletivos, porém sem sucesso nas urnas, ficou estigmatizado como o “Chicote do Povo”, por ser um advogado e radialista que defendia os interesses dos mais humildes nos tribunais.
O ex- prefeito, José Carlos Vieira Barbosa, o Zezé Barbosa, ficou estigmatizado pelo senso comum, como o “Prefeito das Pracinhas Públicas e dos meios fios pintados a cal”. Nada depreciativo, porém é um estigma que sugere a falta de ações mais concretas, no que diz respeito ao desenvolvimento e a realizações.
O ex–prefeito e ex–governador, Anthony Garotinho, se auto-estigmatizou como sendo um “Político Pobre, que só tem uma casa na Lapa”, assim mesmo, fruto de uma herança de família. É bem provável que ao se auto-estigmazar dessa forma, ele buscou um gancho de marketing pessoal e político, que se diga de passagem, ele reforça até os momentos atuais, embora tenha ocupado cargos políticos executivos da mais alta importância no contexto de um campista.
O ex-prefeito Sérgio Mendes, por um bom tempo, ou melhor, até romper com seu criador o ex-governador Anthony Garotinho, teve o estigma de ser o “Boneco de Garotinho”. Esse estigma, talvez, se deva ao fato do ex- prefeito Sérgio Mendes ter sido eleito com o apoio político de Garotinho, sob o lema de “Sérgio Mendes é Garotinho de Novo”, e, durante um bom tempo ter governado Campos sob a orientação de seu criador.
O ex-vereador e ex-deputado estadual, pré-candidato a prefeito pelo PCB no próximo pleito, Paulo César Martins, teve seu estigma criado na sua luta pela emancipação de Guarús, ou seja é conhecido como o político que tenta separar a margem direita do Rio Paraíba do Sul da margem esquerda, dividindo Campos ao meio.
O deputado estadual João Peixoto ficou estigmatizado por ser o defensor dos taxistas, uma vez que, esta era a sua labuta profissional chegando, inclusive, a ser presidente do sindicato de sua classe profissional.
O ex-vereador, ex- deputado federal e prefeito de Campos por um curtíssimo período, Carlos Alberto Campista, tem o estigma de ser o “Advogado dos Aposentados”.
O Deputado Federal e ex-prefeito, Arnaldo Vianna, segundo os mais entendidos em política de nossa cidade, é sem dúvidas, o político mais popular de Campos no momento atual. Seu estigma é de ser um político “Bondoso”, de um “Coração Grande”, não obstante, as graves denúncias que pesam contra ele e que tramitam nas esferas judiciais.
O ex-deputado Paulo Feijó, logo no início de sua carreira política, foi difamado por adversários políticos como tendo subtraído trilhos da extinta Rede Ferroviária Federal, onde exercia o cargo de engenheiro. O fato é que esse estigma acompanha o ex-deputado até aos dias atuais, mesmo com todo seu esforço em reverter à situação. Não é raro ouvir piadas sobre Paulo Feijó e os trilhos. Enquanto deputado federal, novamente seus adversários políticos o estigmatizaram como tendo sido um dos deputados federais que votaram contra os trabalhadores. A bem da verdade, os que acompanham a política mais de perto sabe que tal fato verdadeiramente não aconteceu, mas o calar do ex-deputado, diante das acusações inverídicas, fez com este rótulo lhe acompanhasse até hoje. Recentemente teve seu nome envolvido com a máfia das ambulâncias, ou escândalo das sanguessugas, o que o levou a se desfiliar do seu partido para evitar enfrentar o Conselho de Ética e uma provável expulsão do PSDB. Dessa forma, não há como negar esse seu novo estigma, o de “Sanguessuga”.
Rockfeller Felisberto de Lima, ex-vice-prefeito eleito pelo voto direto, ex-prefeito, ex-deputado estadual, ex-deputado federal, ex-senador suplente da república, ex-secretário de estado e, atualmente Secretário Municipal de Comércio, Indústria, Turismo e Tecnologia, tem o estigma de “Um homem Público de Mãos Limpas” e que quando foi prefeito de Campos, por um curto período e, diga-se de passagem com parcos recursos para administrar uma cidade do porte de Campos, deixou obras importantes, eternizadas com o passar tempo, podendo citar: A APOE, o Colégio Municipal 29 de Maio, o Palácio da Cultura, os Sandús e tantas outras obras de grande relevância.
Para que este artigo não se torne enfadonho vou parar por aqui. Porém, mais uma vez, reforço que estes rótulos que marcaram a carreira dos políticos citados neste texto, não se constitui em pensamento ou opinião própria deste blogueiro, mas do senso comum, influenciado maciçamente pelas mídias locais e de âmbito nacional.
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