* Prof. Vitor Augusto Longo Braz
Confesso que não tenho procuração para falar sobre o nosso querido Nelsinho “Meméia”. Mas, como o que vou escrever nessas linhas, constituem-se em fatos verídicos e elogiosos da vida desse cidadão vencedor, onde procurarei traduzir todo o meu reconhecimento pela sua competência e capacidade, enquanto servidor e gestor público, e pela grandeza humana interior que lhe é peculiar, tenho a convicção que terei o seu aval.
Nelsinho, desde os longos anos que lhe conheço - uma parte grande de toda sua vida - viveu, de certa forma, marginalizado, discriminado e mal falado pela sociedade de Campos dos Goytacazes. Não que ele tenha culpa desse estigma, que lhe imputou a sociedade conservadora de nossa cidade. Nem por que é uma pessoa sem caráter ou má. Tão pouco, por que prejudicou outrem. Apenas, porque sempre teve um estilo todo próprio de vida. Seus cabelos longos, seu corpo todo desenhado por lindas tatuagens, sua linguagem caracterizada por gírias jovens e contemporâneas, fez com que fosse estigmatizado, carregando, de certa forma, um pesado fardo de viver a margem da sociedade. Mas, nosso Nelsinho “Meméia” sempre se mostrou inteligente e bem posicionado politicamente, tendo inclusive militado partidariamente em determinado momento de sua vida.
O seu destino, traçado, com certeza, por DEUS, fez com que, em um certo momento de sua vida, um prefeito desprovido de conceitos pré-concebidos a cerca das personalidades humanas, lhe estendeu uma mão amiga. Desde então, nosso “Meméia”, passou a mostrar sua capacidade, liderança e competência.
Seu primeiro feito, enquanto funcionário público, ligado aos esportes radicais, como o surf, o board bording e o skate, foi promover no “Inverno Quente” de Farol de São Thomé, na gestão do então prefeito Arnaldo Vianna, um campeonato nacional de board bording, com a participação de 180 atletas oriundos do Norte ao Sul do País. Foram tantos atletas que a sua maior dificuldade foi acomodar esses atletas na rede hoteleira de Farol de São Thomé. Mas, justiça seja feita, esse imprevisto não foi de sua responsabilidade, mas sim do Secretario de Turismo da época, que não reuniu previamente os comerciantes para prepará-los para tão grande evento. Talvez, até o próprio secretário não tivesse acreditado na sua capacidade e grandeza do evento.
Mas, na minha opinião, seu grande feito, enquanto servidor público, foi de conseguir convencer ao Prefeito à época, Arnaldo Vianna, a investir numa academia popular, que pudesse dar oportunidade aos menos favorecidos economicamente a praticar uma atividade física controlada e orientada, melhorando a saúde da população, proporcionando a todos, saúde e bem-estar.
O Prefeito abraçou a idéia e a “Academia para Todos”, como foi batizada, se tornou realidade, e de imediato explodiu num tremendo sucesso, com milhares de pessoas inscritas e praticando já nos primeiros meses de sua inauguração.
O sucesso foi tamanho, que o prefeito pediu-lhe que expandisse esse projeto para outros bairros e localidades. Hoje temos uma “Academia para todos” no Farol de São Thomé e no Jardim Carioca, com projeto de se instalar outras nos bairros do Pq. Eldorado e em Nova Brasília.
Quantas pessoas se beneficiaram desse projeto do Nelsinho? Quantas frentes de trabalho ele abriu para os profissionais de Educação Física de nossa cidade?
E o que aumenta, ainda mais o seu valor, é que o Nelsinho, nunca se portou em momento nenhum como dono da idéia, nem como profissional de Educação Física. Muito pelo contrário, foi sempre discreto no gerenciamento e amigo de “todas horas” dos profissionais que trabalhavam nas Academias Populares. Tão amigo e compreensivo que recebeu várias homenagens dos profissionais que trabalhavam nas “Academias para Todos”. Até a Câmara Municipal de Campos lhe rendeu duas homenagens, uma das quais, segundo Nelsinho, a medalha “Benta Pereira”.
Seu lado humanitário, bondoso e sensível, logo foi mostrado, quando deu oportunidade aos portadores de deficiência visual e aos portadores de síndrome de Down, de praticarem musculação nas academias populares, por ele criado. Promoveu, dessa forma, a tão falada inclusão social de portadores de necessidades especiais.
Hoje, nosso tão capaz, humano e competente, Nelsinho “Meméia”, está afastado do cargo pelo presidente da FME. Aí, perguntamos, porque? Pelo seu estilo de vida? Para atender a pedidos de padrinhos políticos de outros? Porque, ele não é Profissional de Educação Física? Se for por esse último questionamento, não procede. Eu, como ex-conselheiro sei, com certeza absoluta, que para ser gerente de academia, não é necessário ser registrado no CREF. Isso é uma desculpa ou mentira esfarrapada. O mais provável é que seu afastamento seja para atender a alguém. Talvez seja o preconceito no ser humano, sem avaliar a sua competência. E o presidente da FME ainda fala em moralização. O CREF deveria, sim, exigir que os presidentes de Fundações Esportivas, e Secretários de Esporte tivessem o registro no Conselho. Até para proporcionar alguns conhecimentos básicos a cerca da história da Educação Física, como por exemplo: Arenas Esportivas são oriundas da Roma Antiga, não da Grécia, como andou bradando Presidente da FME.
O Presidente da FME deveria ser mais humilde e reconhecer a capacidade e talento deste jovem e não deixá-lo entregue as “moscas”, sem função e com o seu salário diminuído e incerto, logo agora que o Meméia tem 3 filhos para criar e educar. Eu diria para o Presidente da FME: “O mundo gira e ao mesmo tempo não sai do lugar”.
Os profissionais de Educação Física de Campos e os dirigentes esportivos, assim como os políticos que detêm mandato, devem render reverencias a esse cidadão que deu a volta por cima do preconceito e demonstrou sua capacidade, sua competência e seu lado bondoso e humanitário.
Saiba Nelsinho que lhe admiro e lhe rendo toda minha reverência, pois você é um ser humano de grande valor.
Um comentário:
O retorno de Arnaldo tá perto,e ele não discrimina ninguém,é povo.
Nelsinho com ele faz acontecer.
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