quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

HELONEIDA STUDART

Caros, Tomo conhecimento do falecimento, por parada cardíaca, de Heloneida Studart: jornalista, escritora, deputada estadual por vários mandatos e feminista da primeira leva. Mesmo não tendo sido uma personalidade de primeira grandeza no campo da intelectualidade brasileira, foi digna, fiel e autêntica em suas convicções como mulher e política. Como jornalista e sendo de esquerda, ocupou os espaços possíveis no tempo da ditadura, seja no Pasquim ou numa Manchete. Esclareço que nada tinha de sectária ou daquele dogmatismo vigente, muito pelo contrário, afeita a um bom diálogo. Tive a satisfação de coordenar, eu bem jovem, como "tarefa" do PCB, sua primeira campanha eleitoral quando, naquela ocasião, 1978, pelo MDB (da banda autêntica, pois tinha tb o MDB chaguista), com o lema Uma Mulher pela Democracia e com o apoio total do velho Partidão, obtivemos cerca de 58.000 votos. Votos pra caramba! Dos quatro candidatos da esquerda de então: Raimundo de Oliveira, José Eudes e Alves de Brito, Heloneida foi a que obteve o maior percentual de votos. Naquele tempo (parece tão distante, só que não é não), eleição se fazia com militância, nada de cabo eleitoral remunerado, de compra de votos, era gostoso sentir o engajamento e a conseqüente vibração de todos que se envolviam. Foram jantares, reuniões, vatapás, feijoadas e carurus que financiaram sua campanha; é, assim é que se faziam as arrecadações financeiras eleitorais. Escreveu um pequeno livro: Mulher Objeto de Cama e Mesa, com linguagem popular, muito difundido e útil naqueles anos ainda fechados. Foi a China, e de lá escreveu um livro, " China o Nordeste que deu Certo" , como boa cearense que era.Alguns romances, O Pardal é um Pássaro Azul, entre outros. Sei lá...talvez certa dose de saudosismo...de qq modo fica o registro do falecimento de uma brasileira que deu sua contribuição à cultura e à política de nosso país. forte abraço, Luciana Portinho .
Por e-mail de Luciana Portinho – 04/12/2007

Nenhum comentário: