domingo, 4 de janeiro de 2009

O ESPORTE NÃO ESCAPA DA CRISE ECONÔMICA
O mundo esportivo não escapou da crise econômica global e foi atingido em cheio pelos sobressaltos dos mercados; os maiores exemplos são os clubes do futebol inglês, os preparativos para os Jogos Olímpicos de Londres-2012 e a dispendiosa Fórmula 1. Quando a atividade econômica em seu conjunto naufragava na crise, era curioso que o esporte, ultra dependente da generosidade de patrocinadores, bancos e financeiras, ficasse à margem do marasmo. Mas a situação terminou por assestar um duro golpe na Premier League inglesa, o campeonato mais endinheirado do mundo e também o mais endividado. Enquanto as bolsas ruíam, os torcedores do Chelsea, Manchester ou Arsenal, clubes cotados na City, a bolsa londrina, descobriam que seus ídolos também afundavam. No início de outubro, o presidente da Federação Inglesa (FA) dizia que os clubes começavam "a ver o olho do furacão" devido a um endividamento de mais de 3,9 bilhões de euros. Eram dívidas com bancos que praticamente estavam quebrados ou com generosos mecenas, como o milionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea, afetados por uma crise, cujas conseqüências não serão notadas até a próxima renovação dos contratos de patrocínio. A Inglaterra, afetada no futebol, também está primeira frente da batalha na qualidade de sede dos próximos Jogos Olímpicos. A organização dos JO Londres-2012, que contava com 9 (nove) bilhões de euros de fundos privados, teve que recorrer a seus fundos de emergência, a modestos planos B ou suspendendo construções devido às repentinas reticências dos investidores. O movimento olímpico em geral sofreu as conseqüências da crise com a desistência de quatro de seus patrocinadores - Kodak, ManuLife, Lenovo e Johnson&Johnson - para o programa dos anos 2010-2012. A Inglaterra não é a única que está sofrendo. Nos Estados Unidos as ligas profissionais foram suprimindo empregos e aumentando os preços das entradas em detrimento dos espectadores, que também sofrem com a crise. Mas, como no futebol europeu, o proibitivo preço dos ingressos nos estádios terminará tendo um efeito positivo na economia dos clubes: os torcedores passarão a assistir pela televisão os jogos e isso manterá estáveis os direitos de transmissão. Na Rússia, a situação é mais crítica para os esportes coletivos, que dependem de recursos dos oligarcas, para os quais o esporte deixa de ser uma prioridade em tempos de crise. "Alguns clubes poderiam desaparecer", afirmava um dirigente do Dínamo moscovita há pouco tempo. Porém, além das fronteiras geográficas, todos os esportes estão padecendo com a crise, mas alguns com menos intensidade. O golfe, um esporte de luxo, ainda não está sendo muito perturbado, apesar da suspensão de um torneio na Índia pela falência de seu patrocinador. A Fórmula 1, acusada de falta de consciência ecológica, abordará 2009 sem a equipe japonesa Honda, que se retirou devido a uma queda na sua venda. Se a equipe japonesa não tem um substituto, a temporada de 2009 será disputada por apenas 18 carros, só dois a mais que o "umbral crítico" estabelecido por Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), mas partidário que nunca de equipar as escuderias com um único motor - e mais barato - em 2010. Fonte: Boletim Eletrônico da Educação Física

Nenhum comentário: