quinta-feira, 1 de agosto de 2013

STEP

POPULAR NA DÉCADA DE 90, AULAS DE STEP TÊM CARÊNCIA DE PROFESSORES ESPECIALIZADOS

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Ele surgiu em 1989 e logo conquistou adeptos em todo o País. Com salas de aula lotadas, o step tem como principal objetivo o condicionamento cardiorrespiratório e também o fortalecimento das pernas e dos glúteos, fazendo com que a procura por essa modalidade de ginástica fosse uma coqueluche há 20 anos. Cida Conti (www.escolafitness.com.br) é mais do que uma especialista em step, é também uma apaixonada pela ginástica: “o step surgiu nos EUA e, na época, e trabalhava na rede de academias Runner e fui incumbida de lançá-lo aqui no Brasil. Tive três meses pra me preparar e estudar bastante e me apaixonei por ele”.

Com o passar dos anos, a procura pela modalidade por parte dos profissionais de educação física foi diminuindo, no que Cida chama de uma contingência do mercado, já que as universidades não preparam os alunos para o segmento fitness e, a maioria dos formandos se dedica à carreira de personal trainer, que julgam ter um desgaste menor e um salário maior. “Isso, de alguma forma, trouxe uma escassez de professores de ginástica no mercado brasileiro”, defende.

Se há poucos professores, todavia não faltam alunos. Marcelo Jaime Vieira é líder técnico da Bio Ritmo Cerro Corá (www.bioritmo.com.br), na capital paulista, e conta que a academia tem um público fiel à modalidade, tanto que foi criado um evento batizado de “maratona de step”, que é uma aula itinerante que acontece uma vez por ano nas diversas unidades Bio Ritmo, aos sábados, com média de 40 a 60 alunos participantes por aula.

Tem que ter
Um professor interessado em dar aulas de step deve se atentar para algumas regras básicas, como a altura da plataforma, que deve ser de até 15 cm. “A altura ideal para cada aluno é quando, apoiado um pé em cima do step e outro no chão, a perna que está em cima esteja com o joelho em uma flexão de 90° e na altura do quadril”, ensina Vieira. Não se deve também usar movimentos que desçam de frente do step ou que subam de costas, o primeiro para não lesar os joelhos e o segundo, para evitar quedas. “Na execução da aula, os pés, em todo o momento, devem tocar por inteiro no step, nunca só a ponta. Isso pode acontecer se o professor usar uma música com velocidade muito alta (BPM alto) ou se o aluno se afasta muito do step durante a execução dos movimentos”, diz o profissional da Bio Ritmo.

Cida propõe ainda que não se escolham músicas com mais de 136 BPMs, “porque quanto mais rápida é a música, menor a técnica empregada e maior o risco de lesão”, além de se evitar movimentos de giros que possam induzir o joelho a faze uma rotação que gera microlesões que se acumulam ao longo dos anos, tornando-se algo mais sério futuramente.

Fundamentos conceituais e metodológicos
“O profissional de educação física precisa aprender, primeiro, os métodos de construção global antes de dar início a uma aula de step de forma fluente”, orienta Cida. Vieira cita a musicalidade e o processo pedagógico como conceitos primordiais para uma boa aula de step que leva ao fortalecimento do sistema cardiorrespiratório, seguido do acervo de movimentos e da criatividade. Cida concorda e lembra que a pedagogia é importante para poder transmitir de forma clara o exercício a ser executado, caso contrário, o aluno acaba se atrapalhando e, na ânsia de corrigir o movimento, não atinge a frequência cardíaca desejada e não desfruta dos benefícios da modalidade.

A escolha do set list da aula tem a função de criar sincronia no grupo, parâmetros de qualidade e de quantidade e motivação. “É importante que ela tenha a velocidade ideal que permita que os movimentos sejam feitos numa cadência adequada, com amplitude de movimento e que desperte o desejo de se movimentar”, ensina Cida.

Essa velocidade da música ou BPM também determina a segurança na realização dos movimentos, segundo Marcelo Jaime Vieira, que sugere, para iniciantes, músicas que vão de 128 a 132 bpm; intermediários, com 132 a 136 bpm, podendo chegar a 140 bpm no final; e avançados de 136 a 140 bpm. Acima dessa velocidade já há riscos de quedas e de erros na realização dos movimentos.

Vieira também sugere os seguintes métodos de construção de coreografia:

- Esqueleto: no processo de aprendizagem, o professor monta uma sequência que tem a mesma duração do produto final, com elementos simples, e aos poucos, vamos modificando dentro do processo pedagógico coerente até chegar à coreografia final;
- Inserção: utilizado quando temos uma combinação de passos mais complexa, é ensinada separadamente e depois introduzida na coreografia, geralmente no lugar de elementos mais simples, que ele deixou para ser substituída dentro da métrica do bloco;
- Pirâmide: o professor inicia o processo de aprendizagem com uma grande quantidade de movimentos e vai reduzindo até chegar ao produto final (coreografia desejada);
- Adição: utilizamos combinações no processo de aprendizagem, que podem ser divididos ao meio e somados até chegar ao produto final.

“As técnicas são aplicadas de acordo com o público que faz as aulas. Assim, para um público iniciante, o esqueleto e a pirâmide são métodos mais adequados e que podem ser usados também por alunos intermediários e avançados”, diz Vieira, “os métodos são utilizados como motivação e desafio aos alunos bem como a aplicação dos blocos de 16 tempos (Blocos Bilaterais para iniciantes e de fácil assimilação), e blocos de 32 e 64 tempos, este mais desafiadores por exigirem um pouco mais de memorização”.

O profissional da Bio Ritmo cita ainda as “famílias” de movimentos mais comumente usadas nas aulas de step, que são
• Básico (variações “V”, montaria, corrida);
• Marcha (variações em volta do step);
• Elevações simples ou triplas (joelho, calcanhar, quadril, chutes e variações);
• “L”;
• “T”;
• Galope;
• Cruzado;
• Lunge simples e lateral;
• Pêndulo;
• Capoeira e outras variações.
Muito estudo
Quem quer se especializar em step precisa correr atrás de cursos preparatórios. Além de workshops e cursos rápidos, como os da Fitness Brasil, há outros de maior duração, como o que Cida oferece e que pode ser encontrado no site www.escolafitness.com.br ou pelo e-mail cursos@escolafitness.com.br.”O curso se chama Certificação Step Inteligente e usamos conceitos matemáticos no seu conteúdo. São 58 horas e ele acontece duas vezes por ano em São Paulo, sendo bem completo. Em breve também vou lançar um aplicativo para smartphones sobre a modalidade”, conclui. 

Por Jornalismo Portal EF

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