Prof. Vitor Augusto Longo Braz - em 30/10/2007
Uma das primeiras ações da Fundação Municipal de Esportes, nessa nova gestão, foi à reedição, com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, dos Jogos Estudantis de Campos – JECs. Uma ação louvável, justiça seja feita. Estive lá na Fundação Municipal de Esportes, por ocasião da abertura, e assisti a um lindo espetáculo. Muitas escolas, tanto particulares, como públicas estiveram presentes prestigiando ao acontecimento. Tive, naquele momento, um pseudo prenuncio de que a partir daquela ação o esporte em Campos iria tomar um rumo diferente dos anos anteriores.
Bom, após aquele lindo espetáculo de abertura, coordenado pela professora Dorinha Viana, os jogos se iniciaram com uma ampla divulgação, pelos meios de comunicação, a altura de um evento tão importante para o desenvolvimento do desporto campista.
Acompanhei alguns jogos, logo no início, especialmente os de futsal. Os primeiros jogos que assisti foram entre o C. E. Felix Miranda contra a E. E. João Pessoa e o jogo do C. E. Nelson Pereira Rebel (Travessão de Campos) contra o Colégio Batista Fluminense, no ginásio do Americano Futebol Clube. Naquele dia, durante os jogos que aconteceram, pude de imediato, vislumbrar a desorganização que iria imperar durante a realização de tão importante evento. Não havia nenhuma segurança, nem por parte da Guarda Civil Municipal e nem da Polícia Militar. Os torcedores da C. E. Felix Miranda de um lado da arquibancada gritava palavras de ordem alusivas a comunidade da Tira-Gosto, no mesmo lado da arquibancada (quem conhece o ginásio do Americano F. C. sabe que só tem arquibancada de um lado) os torcedores do E. E. João Pessoa fazia coros alusivos a comunidade da Baleeira. Foi só terminar a partida, acredito que segundos após, o confronto entre torcedores e atletas aconteceu. Foi uma pancadaria que começou na arquibancada e terminou dentro da quadra. Como é do conhecimento dos campistas, a cidade é dividida por duas facções rivais, quais sejam a facção da comunidade da Baleeira e a facção da comunidade da Tira-Gosto. Os diversos bairros do município são dominados por uma, ou, por outra facção. Por exemplo: a Tira-Gosto domina a grande maioria dos bairros de Guarús, enquanto a Baleeira domina os bairros situados no entorno da favela. É fato, divulgado com certa freqüência pelos meios de comunicação local, o confronto entre essas duas comunidades. Eventos como shows na praça São Salvador, Desfiles de 7 de setembro e outros, são sempre alvos de muita atenção por parte das autoridades policiais, haja visto, que em muitos desses eventos o confronto entre essas duas comunidades estragaram as festas, até mesmo com disparos de arma de fogo e pessoas feridas gravemente. Não acompanhei mais nenhum jogo ou disputa outra. E, pude observar que a divulgação pelos meios de comunicação, que, diga-se de passagem, infla o ego dos atletas e aumenta a auto-estima das Instituições participantes, já não tinha a mesma intensidade, ou melhor dizendo, não tinha a devida importância que um evento de tão grande magnitude para o desenvolvimento do desporto campista, merecia. Parece-me que os JEC´s já terminaram. Enquanto Profissional de Educação Física e Jornalista, atento às notícias esportivas em especial, não fiquei sabendo quem foram os campeões em diversas modalidades disputadas nos JEC´s, nem o Campeão Geral. Não li nenhuma matéria, nem mesmo no site da PMCG. Na verdade, não sei quais foram às modalidades disputadas. Será que houve disputa das diversas modalidades de atletismo? Se teve aonde será que aconteceu as disputas do atletismo? Não sei! Será que foi no 56º Batalhão de Infantaria, porquanto, não temos um local melhor apropriado para tais disputas. INFORMARAM-ME QUE NÃO TEVE DISPUTAS DESSE MAIS TRADICIONAL DESPORTO – O ATLETISMO, O ESPORTE CONSIDERADO MÃE, PORQUE DELE SURGIRAM A MAIORIA DOS DEMAIS ESPORTES, QUE FOI O PRIMEIRO A DIVULGAR O BRASIL NO CENÁRIO MUNDIAL E, QUE AGREGA SEMPRE OS MENOS FAVORECIDOS SÓCIO-ECONÔMICAMENTE? Teve competições de natação? Não sei, também, EMBORA SAIBA QUE NO PARQUE AQUÁTICO DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE ESPORTES NÃO FOI! Teve condução para os alunos de Colégios e Escolas Públicas distantes dos locais das disputas, ou seja, os Colégios e Escolas dos Distritos? Teve algum tipo de reforço alimentar (um lanche qualquer) para essas crianças pobres de Escolas e Colégios Públicos? Mais uma vez, minha resposta é, “NÃO SEI”! Não sei, porquê não fizeram questão de dar divulgação a esses questionamentos.
CADÊ AS MEDALHAS E TROFÉUS?
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Mas uma coisa eu sei, ou acho que sei. Segundo foi publicado no Diário Oficial do Município, houve uma realização de licitação, na modalidade pregão, pregão nº 005/2007, que prevê “serviço de confecção de medalhas e troféus, com lay-out exclusivo”. Em outro edital o pregão 005/2007, processo nº 142/07, foi vencido pela Casa Soraya Ltda, no valor de R$ 80.430,00”, em 22/09/2007. Olhem o edital acima.
Sei também, e foi por intermédio de um atleta de handebol do CEFET-Campos, que algumas, ou todas modalidades dos JEC´s já acabaram a cerca de dois meses atrás e, até hoje (dia 30/10/2007), OS VENCEDORES não receberam suas medalhas de campeões. Que coisas horrorosas estão fazendo com o esporte! Ora, a maior motivação para a participação de atletas em competições é a sua premiação, que deve ser feita imediatamente após a conquista do título. Não é assim que acontece em todos os eventos desportivos, dos mais variados níveis, ou seja, de simples torneio interbairros, até um Jogos Pan Americanos ou uma Olimpíadas? Cadê as medalhas? Houve um processo de compra, um pregão, uma firma vencedora, um altíssimo valor pago, ou a ser pago, não sei. Sei que os atletas de handebol masculino e feminino do CEFET (campeões e vice-campeões respectivamente), os atletas de voleibol de voleibol masculino e feminino, também do CEFET-Campos, (campeões e vice-campeões respectivamente), só para citar alguns vencedores que tive conhecimentos, não receberam sua premiação, que por questões de organização e tradição deveriam ter recebido imediatamente após as conquistas dos títulos. Já se passaram cerca de dois meses e os atletas que me relataram o fato não sabem quando e, sequer se vão receber. Infelizmente, um evento que teria tudo para alavancar o desporto em Campos foi, sob minha ótica e a de diversos colegas de profissão, um grande fiasco, uma desorganização total, sem a logística, sem a infra-estrutura, sem a segurança e comprometimento necessários, digno de quem não sabe planejar e que não tem a competência necessária, para realizá-lo. Fico imaginando a frustração e decepção desses atletas vencedores. E, por conta disso faço uma pergunta? CADE AS MEDALHAS E OS TROFÉUS? Os atletas vencedores merecem e tem o direito de serem premiados. Caros colegas, profissionais de Educação Física, não podemos nos calar com tanta irresponsabilidade, incompetência e descaso no planejamento e execução, com a nossa atividade profissional, nossa labuta, nosso sustento e o das nossas famílias. Temos que ter a coragem de manifestar nosso descontentamento com essa falta de respeito para com nossos atletas e nós mesmos, não podemos nos intimidar e termos medo de retaliações. Como disse São Paulo, as vésperas de sua partida para um Plano Superior, “Temos que combater o bom combate”. Não podemos ficar somente a lamentar nas rodas de conversas, temos que nos pronunciar publicamente, sem medo, pois estão avacalhando com o esporte em Campos, com a nossa PROFISSÃO. Fizemos um Juramento ao nos formarmos profissionais de Educação Física. Dessa forma, temos, por conseguinte, obrigações éticas e legais que nos pronunciarmos a respeito desses lamentáveis fatos, que denigrem a nossa tão importante profissão.
GERÊNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA É COM PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA !
Prof. Vitor Augusto Longo Braz · Profissional de Educação Física; · Jornalista; · Presidente da Associação dos Profissionais de Educação Física de Campos (1996 a 2000); · Membro do 1º Conselho Regional de Educação Física instalado no Brasil; · Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ; · Premiado em 01/09/03 com Discóbolo de bronze pelo Presidente da República Fernando Henrique Cardoso pelos relevantes serviços prestados a Educação Física no Estado do Rio de Janeiro.